segunda-feira, dezembro 06, 2004
PAISAGEM SUBURBANA
Depois do muro destruído pela insistência
dos mais ágeis que teimam em passá-lo
num campo amarelado raras árvores
um riacho poluído escorre
entre o verde de canas e silvados.
Além das grades do quartel ninguém pode
passar e um ligeiro medo
paira ali no ar muito pesado.
Seguindo um carreiro não se vê
ninguém a não ser meio escondido
um homem ainda novo de olhar morto
e a tristeza de nunca ter chegado
a lado algum.
Depois ainda o muro: cal e segredos.
ao fundo onde ninguém pode avançar
quintais.
Fica-se assim ali de olhar parado
a ver ao longe os montes muito azúis.
Assim é a vida. Muitas vezes sem saída
a única solução é voltar para trás.
António Tropa
dos mais ágeis que teimam em passá-lo
num campo amarelado raras árvores
um riacho poluído escorre
entre o verde de canas e silvados.
Além das grades do quartel ninguém pode
passar e um ligeiro medo
paira ali no ar muito pesado.
Seguindo um carreiro não se vê
ninguém a não ser meio escondido
um homem ainda novo de olhar morto
e a tristeza de nunca ter chegado
a lado algum.
Depois ainda o muro: cal e segredos.
ao fundo onde ninguém pode avançar
quintais.
Fica-se assim ali de olhar parado
a ver ao longe os montes muito azúis.
Assim é a vida. Muitas vezes sem saída
a única solução é voltar para trás.
António Tropa