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quinta-feira, abril 07, 2005

NOCTURNO URBANO 

I
Assim ficaste de olhos acesos
enquanto a noite acontecia
meio adormecida e quase tua.

Num cabare muito próximo
ou boîte ou lá o que era
uns músicos masoquistas
cantavam pelo ar de chuva miudinha
uma dessas canções parvas
de breves paixões nocturnas.

Um qualquer passou por baixo
do silêncio a vomitar alegria.
Entretanto no quarto
que a tua imaginação tornou mais suportável
o emaranhado azul do sonho os olhos os cabelos.

Pela manhã lavaste-a na pele
embora quisesses ficar
com o seu amor
para sempre.

II
Assim feridos pela noite
e a tristeza de tanto desencontro
parados neste vazio cinzento
sem saber que caminho retomar.

Já não é paixão e encantamento
mas suave pro(cura) do olhar
confirmado só nesse momento.

Por caminhos dantes percorridos
é quase impossível caminhar
assinalados com muitos perigos.

Há um "monstro" invisível que devora
a nossa possibilidade de mudar
e encontrar o que tanto se procura.



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